quinta-feira, 21 de abril de 2011

Postagem da madrugada de feriado











 Boa noite amiguinhos. Estou adiando essa postagem desde quando comecei a escrevê-la. Pode até não estar tão boa mas FODA-SE, eu curti o suficiente para postá-la assim. ENJOY.



Chapeuzinho





Parte 1




São Paulo, 10 de Julho de 2001.

 Os animais já não são o suficiente. O sangue deles em minhas mãos já não basta. Nem gatos nem cachorros bastam para cessar as dores de cabeça. Aquelas meninas com os malditos corseletes, MALDITOS! Eu não aguento olhar para elas andando nas ruas. Prostitutas da nova era. Já não há fidelidade. Vagabundas, só pensam em quantos meninos elas conseguem beijar ou transar. Sinto asco de vê-las passando do meu lado enquanto eu caminho pela calçada. Mamãe sempre dizia para não me misturar com essas imundices do diabo, às vezes eu me questiono se valeu a pena desobedecer ela aquela única vez. Não, não valeu.  Aquela maldita vagabunda. Sinto a fúria novamente só de pensar naquele momento.


Onze da noite.


 Estou dentro do carro. O carro está estacionado em frente a uma casa próximo ao centro. A janela está aberta e eu posso ver tudo que está acontecendo lá dentro. Eu segui essa biscatinha de uns dezessete anos desde as seis da tarde. Ela passou na casa do namorado, demorou um tempo por lá com todas as janelas fechadas. A mãe do menino chegou e ela saiu de lá por volta das nove da noite. Seguiu um caminho não tão longo até a casa do amiguinho de seu namorado, onde ela está agora. Aposto que ela encara seu namorado com o rosto mais falso do mundo e não da a mínima em trair ele com o próprio amigo, assim como o amigo não parece ser tão amigo assim nesse momento. Os gemidos cessam. Eu olho no relógio e são onze e meia. Parece que é hora da Chapeuzinho ir embora. Parece que é hora do Lobo entrar em cena. As dores de cabeça estão piores, eu pisco e parece que a visão não voltará mais.
 Lá está ela, fechando a porta da casa do amiguinho de seu namorado e ainda abotoando a camisa. Vagabunda. Ligo o carro e começo a perseguição suavemente, sem alardear ninguém. A menina anda com elegância sobre seus tamancos. Não há movimentação alguma na rua, totalmente deserta. Ela resolve cortar caminho por um beco escuro. Péssima escolha. Excelente escolha. Eu paro o carro na guia de frente para uma lojinha de artesanato com o letreiro apagado e a loja fechada. Visto um par de luvas que eu guardo no porta-luvas.  Desligo o carro e puxo meu estojo de “trabalho” do banco de trás. A cabeça não para de latejar. Desço do carro, fecho a porta e aperto o alarme. Hora de livrar a sociedade de um de seus cânceres. Sigo para dentro do beco escuro, e para minha surpresa encontro a menina debruçada na parede fumando um cigarro. Maconha, impossível não reconhecer o cheiro.
 - E aí grandalhão, quer um pouco? – Oferece a pobre Chapeuzinho.
 -Claro que sim – Responde o Lobo.
 Eu pego o cigarro da mão da menina e atiro no chão. Ela abre a boca para soltar reclamações, mas eu rapidamente a tampo com minha mão. Digo a ela para ficar quieta que eu só pegarei o dinheiro e irei embora. Ela consente. Pobrezinha. Boto minha maleta de trabalho em cima de uma das latas de lixo ali presentes. Ela me pergunta o que é aquilo e eu respondo que é o meu presente para o namorado dela. Ela faz uma expressão de terror. Com meu bisturi, muito bem afiado, e ainda tapando a boca da garota eu faço três rasgos limpos em sua garganta. Tiro a mão da boca dela e ela não grita, só engasga com o sangue. Seguro bem firme as pálpebras dela abertas e ainda com o bisturi eu consigo tirar o globo ocular da menina. Faço o mesmo com o outro olho. Ela está sentada no chão e encostada na parede segurando a garganta pra não sangrar até morrer. Em seu rosto já não restam mais esperanças, mas eu sei que agora, no fundo, ela se arrepende do que ela fez. Mas isso já não é o suficiente. Não agora. Para terminar o serviço eu rasgo a blusa dela e arranco o MALDITO corselete. Na fúria de ver aquela peça de vestuário eu o rasgo em dois e mando um para cada lado do beco. Corto o sutiã da garota pela metade. Utilizando de uma incrível habilidade eu retiro os dois mamilos da menina e os coloco um em cada mão da mesma, que já se mostra sem vida. Nos orifícios que surgiram em seus seios eu deposito os olhos da garota, um em cada seio, olhando para frente. As dores de cabeça cessam.
 Tudo foi feito com todo o cuidado, mas ainda não foi terminado. Retiro minhas luvas com cuidado as ensaco numa sacolinha plástica que estava em meu estojo. Não há pegadas no sangue e nem marcas da bota no chão. A garota não me arranhou. Tudo certo, só falta uma coisa. Tiro a máquina fotográfica do estojo e usando a pequena iluminação da máquina tiro quatro fotos de quatro ângulos diferentes. Jogo tudo dentro do estojo. Escuto passos nessa direção. Eles não passam por ali, seguem outro caminho. O suor na testa escorre. O nervosismo aumenta. Encostado na parede sigo até a rua e vejo se não há ninguém passando. Não, a rua está vazia. Aperto o alarme do carro, abro a porta e sem pressa saio da cena do recém-crime. Agora só preciso queimar todas as evidências e guardar o carro em algum lugar seguro até, pelo menos, o ano que vem.


Parte 2



São Paulo, 10 de Julho de 2001.

 Recebi uma mensagem de celular hoje. A mensagem era dela, ela disse que havia terminado com o namorado. Dizia que ela sempre me amou e que estava vindo para meu apartamento para conversarmos. Resolvi preparar tudo, meus pais saíram e tudo mais, acho estranho isso de meu amigo e ela terem terminado, mas eu sempre tive uma queda por ela, acho é maior que eu.

Nove da noite.

Ela chegou, está sensual e entrou no apartamento me agarrando e chorando. Espero que esteja tudo bem.

Onze da noite.
 
 Ela está de saída. Disse que o que tinha pra resolver já resolveu e agora precisa ir embora. Fizemos amor, claro, se eu posso chamar disso. O tempo todo ela esteve com uma expressão cheia de desgosto e rancor, não consigo entender direito o motivo. Sinto-me usado. Ela esqueceu seu batom aqui, vou atrás dela para devolvê-lo.
 Estou na rua e é madrugada, sinto que estou sendo observado, mas deve ser apenas uma dessas paranoias que todo ser humano tem. Caminho pela calçada enquanto as sombras dançam pelos becos. Passando por um deles eu escuto sussurros, será só minha imaginação? Penso se devo ou não entrar lá. Melhor não, eu posso me dar mal, vou continuar minha rota pra ver se encontro a chapeuzinho e devolvo seu batom.



Parte 3

São Paulo, 10 de Julho de 2001.

 Aquela idiota tá vindo pra cá. Tão estúpida, pelo menos eu vou comer uma pessoa diferente hoje. Tenho que dispensar essas vagabundas que estão no quarto, aproveitar e dar uma geral por aqui, todo esse pó precisa ser escondido, se ela vir toda essa merda ela vai acabar me largando. Na verdade eu estou QUE SE FODA, mas ter alguém pra comer de reserva é sempre bom. Ela deve estar chegando a qualquer momento, vou arrumar toda essa merda antes dela aparecer por aqui.

Nove da noite.

 Até que enfim ela saiu fora, não aguentava mais essa melação toda. Esse negócio de eu te amo me cansa, um dia eu ainda estapeio essa vagabunda pra ela parar com essas frescuras.
 Fiquei sabendo que tá tendo uma festa FODA hoje, vou pegar o endereço com os moleques e aparecer por lá.


Zero horas.

 Aquele filho da puta comeu minha namorada! Ele me mandou um SMS se sentindo culpado e confessando tudo. Eu vou matar aquele filho da puta, juro que vou.

Duas da manhã.

 Estou completamente bêbado. A galera tá toda num barzinho aqui da cidade, todos muito chapados. Resolvemos ir embora andando. Saímos um a um pela porta dos fundos, que dá num beco muito escuro. Da porta eu avisto uma mendiga escorada na parede, ela parece sangrar muito,
deixa pra lá, antes ela do que eu.



Parte 4


São Paulo, 10 de Julho de 2001.

Estou cansada daquele maldito menino. Ele pensa que eu não sei de nada. Pensa que eu não sei sobre as drogas, sobre as mulheres que ele me trai, e sobre as bebidas no meio da noite. Estou esgotada, não quero mais ser o plano B, não escuto um eu te amo como resposta, não recebo carinho, não passo de um nada para ele. Eu, que sempre fiz de tudo por aquele menino, sempre o ajudei quando eu pude e nunca recebi nada em troca. Todos os “Eu te amos” que saíram daquela de fora daquela boca foram apenas da boca pra fora. Hoje eu vou ter minha vingança, e quem sabe ter o que eu sempre quis receber. Não consigo amar uma pessoa assim.


Cinco e meia da tarde.

Estou indo para a casa dele, veremos se hoje será diferente.

Oito e meia da noite.

 Não, não, não. Foi tudo igual. Vou partir para meu plano. No fim das contas eu sempre achei esse amiguinho dele fofo.

Onze da noite.

Tive a melhor noite da minha vida. Recebi tudo que eu sempre quis receber, não sei se consegui ceder o suficiente para o garotinho, mas ele foi um amor. Aposto que se soubesse que eu não havia realmente terminado com meu namorado ele não teria feito nada disso, e teria chutado minha bunda pra fora do apartamento.
 Estou andando pela calçada, mas tenho a estranha sensação de estar sendo observada. Sinto calafrios. Parece ter alguém me seguindo.

Sete da manhã.

 A perícia está reunida no beco procurando e enumerando as diversas pistas para tentar resolver o assassinato. O lenhador chega acompanhado de seu parceiro. Olha a cena e diz:
 -É, acho que hoje não foi o seu dia chapeuzinho.

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